Capoeira é a Distorção no Movimento da Parada!

domingo, 24 de maio de 2009

Mestra Janja: fundadora do grupo Nzinga de capoeira angola

"Sou discípula que aprende,
meu mestre me deu lição:
Tradição e educação entre angoleiros baianos"

Mestra Janja nasceu em Feira de Santana. Rosangela Costa Araújo é formada em História pela Universidade Federal da Bahia(UFBA) e Doutora em Educação pela Universidade de Brasília (USP).
Mestra Janja é fundadora e presidenta do Instituto Nzinga de Estudos da Capoeira Angola e de Tradições Educativas Banto no Brasil. As finalidade do Instituto Nzinga são a pesquisa e a difusão da Capoeira Angola e demais tradições educativas da matriz banto africana a ela vinculada (artigos e monografias sobre Capoeira Angola e suas interfaces educacionais e sociológicas), promoção social educação, e anti-racismo.
Figura muito importante e reconhecida no cenário da capoeira atual. Começou a treinar capoeira angola no GCAP nos anos 80. Gostaria de colocar mais informações sobre a mestra Janja, mas acontece que não consegui achar muitas coisas sobre a vida dela. Fora o site de seu Instituto e grupo de capoeira angola só consegui encontrar duas entrevistas suas que disponibilizarei nesta postagem. Até que procurei bastante sua tese de doutoramento "Iê, Viva Meu Mestre. A Capoeira Angola da 'escola pastiniana' como práxis educativa" em Educação pela USP mas não consegui achar nada. Das entrevistas uma não sei direito para qual revista foi feita a entrevista. Consegui esta entrevista na internet e parece ate que ela não foi totalmente diagramada. A outra entrevista foi concedida para o Zine Inventando Polvora. fanzine que divulga concepções de mundo censuradas, buscando discuti-las, pensá-las, promocioná-las e/ou vivê-las. O e-mail para contato com o fanzine é este :inventandopolvora@inventandopolvora.org.
Em uma outra postagem colocarei o cd do grupo nzinga.

para baixar a entrevista clique aqui e aqui


fontes:
http://www.inventandopolvora.org/

http://www.nzinga.org.br

terça-feira, 19 de maio de 2009

Video de mestre Pastinha e Filme A capoeira Iluminada

Primeiramente um vídeo que encontrei no youtube. Uma roda com Mestre Bimba e seus camaradinhas no ano de 1954. Além de Bimba aparecem no vídeo os Mestres Traíra, Curió, Waldemar, Caiçara, Crispim, Bugalho.

Não precisa nem falar no quando que é massa uma roda com angoleiros e regionais né. Afinal de contas Capoeira né camaradas....



Agora o link para baixar o filme de Mestre Bimba A capoeira iluminada. O filme esta hospedado no Megaupload. Antigamente eu tinha muitos problemas para baixar por esse servidor mas de uns tempos pra ca ficou bem simples o descarregamento dos arquivos.

para baixar o filme clique aqui





fontes:
www.youtube.com
http://sevendownloads.org/2009/05/mestre-bimba-capoeira-iluminada-dvdrip.html

Mestre Pastinha, Bobo e jão pequeno jogando em 1950

Este documentário produzido no Brasil, gravado pelo folclorista brasileiro Alceu Maynard, mostra imagens inéditas do Mestre Pastinha jogando com alunos do seu grupo o CECA em 1950 na Bahia.



fontes:
youtube e canal de vídeos da josienens

domingo, 17 de maio de 2009

Entrevista com Mestre Pastinha : É luta, é dança, é capoeira!

"É sempre assim: o trabalho é do feio pro bonito comer!"

Entrevista feita com Mestre Pastinha para a revista Realidade. A revista foi lançada no ano de 1966 e a entrevista saiu no ano de 1967. Segundo informações da Wikipedia " [A revista] Era caracterizada por uma abordagem mais criativa e ousada, com matérias em primeira pessoa, fotos que deixavam perceber a existência do fotógrafo e design gráfico pouco tradicional. Circulou até Janeiro de 1976 e se destacava por deixar o repórter viver a matéria por um mês ou mais até a publicação." A revista foi definida pelo jornalista Bernardo Kucinski como "Reportagem Social".
A entrevista realizou-se quando Mestre Pastinha já se encontrava cego mas mesmo assim ainda comandava as rodas que aconteciam em sua academia.
No final da entrevista, Mestre Pastinha diz que seus alunos e alunas estavam juntando dinheiro para fazer uma operação em suas vistas para que ele recuperasse a visão. Não sei se a operação foi realmente feita ou não.
O texto também fala sobre três estilos de capoeira que existiam na Bahia nessa época: A capoeira angola, a regional baiana e a capoeira estilizada.

O repórter responsável pela matéria foi Roberto Freire. Um ponto de destaque é que ele tinha interesse direto na matéria pois desenvolvia um trabalho terapêutico chamado de soma que utilizava o corpo como forma de se trabalhar os traumas causados pelas relações exploratórias do sistema capitalista. O trabalho de corporalidade em sua terapêutica utilizava muitos elementos da capoeira angola.

Vale a pena dar uma conferida no material

para baixar a entrevista clique aqui

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Realidade_(revista)

sábado, 16 de maio de 2009

Mestre Noronha: O ABC da Capoeira Angola

Esta postagem é para compartilhar esse documento histórico .
Os manuscritos do Mestre Noronha sobre os fundamentos da Capoeira Angola. Esse livro é muito importante na formação de qualquer capoeirista tanto da angola quanto da regional. Muitas histórias, muito fundamento e uma visão particular desse grande mestre sobre a Capoeira de Angola.

Para ler o documento on-line clique aqui

Para baixar esse livro clique aqui

quinta-feira, 14 de maio de 2009

A vida é como uma roda!

Achei essa reportagem na net no site jornal express
muito massa essa matéria
fala sobre a vida do Mestre Curió de uma forma bem bacana.


Por Carmen Vasconcelos

CORREIO DA BAHIA

10 de outubro de 2000


Dizem os mais antigos que filho de peixe, peixinho é. E sendo assim, no dia 23 de janeiro de 1936, dona Maria Pequena Malvadeza, capoeirista famosa nas vizinhanças da pequena localidade de Passagem do Teixeira, no recôncavo baiano, e mulher do também capoeirista José Martins dos Santos, o José da Pemba, botavam no mundo o pequeno Jaime Martins dos Santos. Neto de Pedro Virício Curió e detentor da herança de Besouro de Santo Amaro, Jaime (ou Curiozinho, como era mais conhecido pelos amigos e parentes) desde muito cedo percebeu que a vida é como uma roda: para ficar até o fim do jogo é preciso ter ginga, malícia, força, esperteza, inteligência, bravura e respeito. Às características familiares foi acrescida a experiência de uma lenda da capoeira: mestre Pastinha.

Assim como no jogo, a vida também deu muita rasteira no pequeno Curió. Logo cedo sua mãe faleceu e seu pai casou-se mais uma vez, transferindo-se definitivamente para Salvador. A convivência com a madrasta era difícil. Havia o despeito com o filho da outra e, aos 7 anos de idade, Curiozinho fugiu de casa. Para conseguir se sustentar, o capoeirinha trabalhava como vendedor de balas e de mingau. A vida da rua era dura e o menino foi internado numa instituição para correção de menores. Dessa época, Curió lembra das surras e do fato de não ter se tornado bandido porque - segundo ele - Deus não quis. Numa das fugas organizadas pelos meninos maiores, Jaime decidiu voltar para a casa e mudar de vida. O retorno ao lar paterno não foi bem recebido e, motivado por mais uma surra, Jaime fugiu novamente. Nas ruas, o menino conhecia pessoas e fazia visitas à cidade dos seus avós, passeando por diversas localidades do recôncavo.

A vivacidade no olhar da criança, o jeito meigo e a rapidez em aprender fizeram com que Jaime fosse se empregar em casa de família. Na residência do juiz Elieser Baleeiro, Curiozinho começou a se educar e foi batizado. Mais tarde, na casa dos Prado Barreto, o rapaz teve uma educação formal e começou a despertar para uma das suas vocações: a culinária. Por gostar de comer e ser muito observador, em pouco tempo o garoto começou a dar provas do seu talento na cozinha. As aptidões de Jaime não passaram despercebidas pelos donos da casa, que lhe conseguiram um emprego como servente no Hotel da Bahia. Em pouco tempo, Jaime foi ascendendo na profissão e conheceu as atividades de ajudante de açougue, de padeiro, de cozinha, cozinheiro e, finalmente, chefe de cozinha.

Herança legendária

O espírito aguerrido do rapaz não o afastou da herança dos antepassados e, enquanto se aperfeiçoava na cozinha, Jaime foi crescendo na capoeira sob a orientação do lendário mestre Pastinha. Mas a "vadiagem" (como os mais velhos chamavam a capoeira) não era a única arte marcial a encantar Curió e assim o capoeirista começou a treinar caratê (onde permaneceu por 18 anos), boxe (durante 12 anos) e luta livre. "Todo o meu tempo era ocupado com inúmeras atividades, nunca parava, nunca tinha tempo sobrando para ficar pensando besteira", lembra Jaime Martins dos Santos.

A voz mansa e o jeito calmo não escondiam a bravura do jovem e, como todo bom capoeira, por inúmeras vezes o mestre Curió teve que dar golpes de esquiva na morte. Uma dessas situações aconteceu no município de Candeias. Solicitado para preparar o banquete de um casamento, o então chefe de cozinha só conseguiu receber a primeira metade do valor do serviço. Quando foi cobrar do cliente a segunda parte do que lhe era devido, Curió foi agredido verbalmente e chamado de negro atrevido e descarado. "Naquela época não levava desaforo para casa e parti para a briga", relembra. Revoltado, o mau pagador resolveu apelar para a covardia e chamou algumas pessoas para "dar cabo" do cozinheiro. Apesar dos 12 tiros que o mestre Curió afirma ter tomado, ele sobreviveu para contar essa história e lembrar com um sorriso maroto as outras tantas bravatas em que já se envolveu.

Superando mágoas

O tempo foi passando e o mestre Curió foi ganhando maturidade para superar as dificuldades e esquecer as mágoas familiares. Logrando a dor do passado e encarando o futuro com força e vontade, Curió fez as pazes com o pai, que continua vivo e mercando na Feira de São Joaquim. O perdão foi estendido também aos que perseguiram o mestre na sua carreira como cozinheiro. "Eu ia muito bem no trabalho até que descobriam que eu jogava capoeira e me demitiam", relembra o mestre. No seu último emprego, na cozinha da Pellikan, o chefe inclusive lhe falou claramente que o cozinheiro não precisava de emprego, pois vivia viajando de avião para apresentar a capoeira no mundo e era famoso, já que desde os 22 anos de idade saía na capa de jornal e revista.

Cansado de tanta hipocrisia, o mestre Curió decidiu que viveria só de capoeira e que dedicaria os seus dias a seguir os ensinamentos dos seus antepassados e do seu mestre. Pai de 21 filhos e vivendo com sua terceira mulher, a ex-ajudante de cozinha Joana Pereira, hoje Curió dá aulas de capoeira na Escola de Capoeira Angola Irmãos Gêmeos do Mestre Curió, na Escola Mestre Pastinha (ambas no Pelourinho), nas oficinas do Ara Ketu e ensina gratuitamente na comunidade de Colina do Mar, em Paripe.

Na capoeira, o pequeno Jaime Martins dos Santos contou com inúmeros mestres. Primeiro foi o pai e o avô, depois Curiozinho foi aprender com o melhor e deixou-se levar pelos ensinamentos de Pastinha. O respeito e o amor ao mestre fizeram com que Curió - junto com o colega Papo Amarelo - mantivesse a academia próximo à Ladeira do Ferrão funcionando até não restar mais aluno. Foi Curió também quem ajudou a esposa de Pastinha a conseguir recursos para cuidar do mestre no Abrigo D. Pedro II, até a sua morte.


Fontes: http://www.jornalexpress.com.br/noticias/detalhes.php?id_jornal=13170&id_noticia=1050


Mestre Martim da Pemba - pai de Mestre Curió

Mestre da cana-de-açúcar
Seu José Martins dos Santos, Mestre Martim da Pemba ou Mestre Pena Dourada recon
ta as histórias de 101 anos de travessuras na velha Salvador

Por José Castro

CORREIO DA BAHIA

04 de agosto de 2001

Capa Bode, vilarejo próximo a Passagem do Teixeira, distrito de Candeias. Nesta localidade, incrustada no massapê açucareiro dos engenhos que arrodeavam Salvador, nasceu no final do século retrasado, certamente o feirante mais veterano em atividade de Salvador, quiçá da Bahia e olhe lá se não for do Brasil.

Seu nome é José Martins dos Santos, 101 anos, mais conhecido na Feira de São Joaquim, onde tem um boxe, pelo apelido de Martim da Cana, designativo cunhado pelas gentes que o arrodeiam: carregadores, cachaceiros, feirantes. Trabalha em calça de brim, camisa de botão, paletó e chapéu de feltro na cabeça, uma pena de pavão serve de adorno. No domingo ele usa gravata, único dia em que lhe é coberto o medalhão prateado que ostenta, com as inscrições Portela e Pastinha. Vive de vender a cana que planta em sua roça, em Mapele, distrito de Simões Filho. Registrado no tempo "em que cinco vinténs era um tostão", ele argumenta que tem mais idade de que lhe é atribuído: "Cento e um já passei pra detrás das costa", explica.

Ângulos peculiares não faltam para começar a falar de sua vida. A começar pelo número de filhos que ele diz ter feito: 56, ao todo. "Mulher, eu fui casado com seis. As outras não sei nem quantas foram, neto nem bisneto, ninguém sabe contar, mas tataraneto é só um, que mora em Candeias", enumera. Tendo passado a infância em Candeias, Martim, como gosta de ser chamado, caiu no mundo aos 13 anos. A mãe enviuvara, logo arranjou marido e ele, como não foi com a cara do padrasto, seguiu o "rumo da venta", indo para Salvador e trabalhando em várias cidades do recôncavo baiano depois. Já foi açougueiro, servente de pedreiro, trabalhador de engenho, de usina. "Tudo eu olhava e aprendia ", confessa.

Cabrochas e boemia

Mas se no campo das profissões nunca lhe faltou trabalho nas rodas de samba do recôncavo e da capital foi bamba. Com a mesma freqüência que tocou viola e pandeiro, traçou as cabrochas que lhe apareceram pela frente. Meu canarinho/que cantou na bananeira/Minha gente vamo embora/Que amanhã é segunda-feira", cantarola em ritmo de samba-de-roda. "Meu esporte era samba, viola e mulher", evoca, "ah, e trabalho também", completa o malandro. Na década de 20, a Rádio Sociedade chegou a abordá-lo para que gravasse um dos seus sambas mas "você foi lá? Nem eu!", gargalha, bonachão, na sala de sua modesta casa, na Avenida Voluntários da Pátria, no Lobato, em frente à linha do trem.

Uma das cenas mais belas de se ver é quando mestre capoeirista faz o jogo de facão, que aprendeu "rapazinho", aos 16 anos. Arte afro-marcial pura. Nas rodas em que coreografa esta espécie de reza de fação, o público entoa: "Meu canarinho/quem te trouxe nessa terra?/ Foi a prima dessa viola/Foi a filha dessa donzela/E adeus Cazumbá/ E você, como tá?". No ritmo, ele vai dançando, levanta uma perna e cruza as armas por baixo, faz o mesmo no lado esquerdo do quadril, do direito, na altura da testa, e cruza por fim os facões nas costas, no pé da coluna.

Lendas antigas

Mas se no presente Martim ainda trabalha, afastando o idoso conceito de que velho é sempre um ente improdutivo (tem uma roça em Mapele, distrito de Simões Filho, onde pessoalmente planta e colhe o que vende), suas memórias e crenças testemunham o imaginário em extinção das lendas brasileiras. Afirma não ter visto ("e eu sou besta de ficar pra ver? ") mas tem certeza de que havia em Candeias e imediações lobisomem e mula-de-padre (mais conhecida como mula-sem-cabeça). "Tinha o lubisome branco e o preto. Eu trabalhava em um açougue e quando cortava carne de boi no cepo, de dia, a noite ele vinha comer os restos", relembra. Já a mulher de padre, "era uma mulher que teve um caso com o padre Antônio, que me batizou, lá em Candeias. A mula, diz que dava uma mijada daqui pra lá, no alto das árvores, acabando com tudo. Diz que quando ela passava de longe se ouvia os balangandãs dos ferros, que ela tinha amarrada. Aí para não ser visto tinha que esconder unha do pé e da mão, enfiando na terra, aí ela passava longe", conta.

No meio da entrevista, seu Martim é interrompido. Um rapaz chega de boné em sua porta e pergunta: "Seu Martim, o senhor vende essas telhas que tão aí? "Vendo. Tem umas oitocentas aí, porque eu troquei por Eternit", explica o feirante. "Um rapaz vendeu 500 por R$15 e essas aí tão velhas...", argumenta o moço, como quem não quer nada. Seu Martim replica: "Você sabia que tem coisa velha que é melhor que coisa nova? Aí é só limpar. Não tá vendo você, muderno assim? Eu tô cinco anos doente, se não fosse isso nós ia se ispaiá no terreiro", gargalha ele.

Nos tempos de novo, Martim era chegado no barulho, como ele chama as confusões em que a navalha e a peixeira se cruzavam ou caíam por terra, derrubadas nos truques da capoeira angola ou na bala mesmo. Foi aluno do mais lendário dos capoeiristas baianos, Besouro, quando morou na quase mítica Maracangalha. "Besourinho de Ouro gostava do barulho, batia em cinco, seis home, gostava de brigar, agora só com polícia. Uma vez nós tava na feira, em Maracangalha, quando ele disse: "Chegou uns polícia aqui, saia daqui porque você não sabe o salto''. Foi morto depois, na traição", relata. "A vida é grande, rapaz, é muita história, agora eu já não posso mais beber mas tô aqui. Tô quereno ver se tiro os dente agora pra botar uma dentadura, pra ver se arranjo aí alguma mulher...", finaliza o centenário feirante, de bom humor com a vida e candidato a Dom Juan.


fonte:

http://www.jornalexpress.com.br/noticias/detalhes.php?id_jornal=13170&id_noticia=1050

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Iúna Mandingueira

Na boca da mata eu tive uma visão.
Na boca da mata eu tive uma visão.
Cabloco sentia...
hum hum....
hu huuuum...
Na boca da mata eu tive uma visão.
Cabloco dizia: Pega o ladrão!
Cabloco dizia: É invasão!
Pega o ladrão!
Na boca da mata eu tive uma visão.
Iúna mandingueira,
não saia da sua tocaia.
Tu é guerreira!
Sua trincheira
é a samambaia.
Na boca da mata eu tive uma visão.
caboclo sentia...
hum hum...
Cabloco sentia
hum hum



Mestre Lua Rasta

domingo, 10 de maio de 2009

Mas o que que é Mandinga?

"Mandinga é tudo o que a Boca Come"

Graças à Deus, à Deusa

Meus Deuses e minhas deusas

E todos meus Orixás, santos e santas protetores/as

Meu Mestre Romeu e meu Mestrando Mancha são grandes mandingueiros no mundo da Capoeira

Salve Mestre Pastinha! Salve Mestre Bimba! Capoeira Sol Nascente!!!

sexta-feira, 8 de maio de 2009

A capoeiragem: de um Mestre e seu bando anunciador

Dia 15 de março estréia o documentário de Gabriela Barreto sobre os nossos velhos Mestres capoeiristas. O documentário será projetado no espaço do cine glauber Rocha às 21:00 horas na cidade de Salvador Bahia.
O documentário conta com o apoio do projeto Capoeira viva, patrocínio da Petrobrás e apoio do Ministério da cultura.


quinta-feira, 7 de maio de 2009

Camafeu de Oxóssi

"Camafeu
Camafeu cadê você?
Estou em todo lugar!
Só vendendo bugigangas
no mercado popular!
Se o mercado está fechado
é no mar que eu vou pescar!

samba no mar"
Solista de berimbau, cantor. Ápio Patrocínio da Conceição, andarilho do Pelourinho, é um homem de sorte. Nasceu no dia 04 de outubro de 1915, no bairro do Gravatá, em Salvador e se criou no Pelourinho. Filho de Faustino José do Patrocínio e Maria Firmina da Conceição. Seu pai era mestre-pedreiro, descendente de africano. Conviveu com ele até os sete anos. Sua mãe veio de Camamu, era negociante de tabuleiro. Negociava frutas, doces, acarajé, tudo na Baixa dos Sapateiros. Sua mãe teve 16 filhos. Cada um de um pai. Como ficou órfão de pai aos sete anos, seu padrasto dava mais atenção ao Raimundo. Não suportando aquilo, resolveu sair de casa. De menino de rua que passou fome e perdeu toda a família, estudou na Escola de Aprendiz de Artífice, trabalhando na fundição, vendeu cordão de sapato (cadarço) na porta do Elevador Lacerda. Dali passou para o passeio do Mercado Modelo como engraxate, além de vender os jornais de modinha nas feiras de Água de Meninos, Dois de Julho e Sete Portas. Saiu de lá para ser marítimo e foi parar na Estiva - Companhia Docas da Bahia até se tornar proprietário da famosa barraca de São Jorge, no velho Mercado Modelo e de um restaurante de fama internacional.
A música entrou em sua vida desde garoto. Foi criado na roda de samba, tocando
berimbau, ensinando aos turistas como tocar o instrumento. Era um homem de muitas palavras, casos e lendas para contar. Chegou a ser diretor das escolas de samba Só Falta Você, Deixa Pra Lá, Gato Preto, onde aproveitava para cantar seus sambas. No Mercado Modelo ele começou a cantar música de capoeira e ijexá, tocando berimbau e atraindo a clientela. A partir daí começou a fazer sucesso. Na sua Barraca São Jorge, aberto em riso, cercado de objetos rituais de obis e orobôs, ele ensinava os mistérios da Bahia. Na década de 60, a Universidade Federal da Bahia criou o curso de língua ioruba e Camafeu foi um dos primeiros alunos. Foi convidado para ir à África, representando a Bahia no Primeiro Festival de Arte Negra do Senegal, junto com Pastinha e outras pessoas. Lá ele cantou em iorubá para Oxum e para Oxómi. Sobrinho de Mãe Aninha e filho-de-santo de Mãe Senhora, o obá de Xangó do terreiro Axé Opô Afonjá esbanjou alegria. Figura baiana conhecida em todo o Brasil, personagens de muitos livros de Jorge Amado (Tereza Batista, Dona Flor, Tenda dos Milagres, Tieta do Agreste, entre outros) de quem era amigo particular. Seu nome está presente em dezenas de músicas: aquela que diz “Camafeu, cadê Maria de São Pedro”, gravada por Martinho da Vila, outra gravada por Maria Alcina e também o conjunto Os Originais do Samba gravou um samba em sua homenagem.
Uma história do povo de Camdomblé e de Salvador conta a origem de seu apelido: "Um camafeu era e ainda é uma jóia usada pelas senhoras da sociedade para prender a gola de seus vestidos. Geralmente esse broche tinha como principal atrativo uma figura em relevo do rosto de uma senhora ou do seu esposo. Havia um comerciante que se chamava Ápio, que era filho-de-santo do terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, e era de Oxóssi, no sincretismo religioso o orixá da caça, da mata e da fartura. Era então conhecido como tal. Um dia passeando com amigos pelo Pelourinho, tropeçou e quando caiu viu um broche lindo, o tal camafeu. Gostou tanto que os amigos o apelidaram de Camafeu de Oxóssi e assim surgiu o nome do seu restaurante o bom e agradável Camafeu de Oxóssi, cozinha típica e internacional, hoje de outro comerciante, mas mantendo sempre a tradição baiana." Tocador de berimbau, batuqueiro, ex-presidente dos Filhos de Gandhi, Camafeu de Oxossi gravou dois discos, um deles Berimbaus da Bahia com os cantos de capoeira mais belos, alguns velhos do tempo da escravidão ou da Guerra do Paraguai: “Volta do mundo, ê!/volta do mungo, ah!/ Eu estava lá em casa/sem pensá, sem maginá/e viero me buscá/para ajudar a vencê/a guerra do Paraguá/camarado ê/camaradinho/camarado...”. Esses cantos estão cheios de lembranças da vida dos escravos: “No tempo em que eu tinha dinheiro, camarado ê, comia na mesa com ioiô, deitava na cama com iaiá... Depois que dinheiro acabou, mulher que chega prá lá, camarado. camaradinho ê....”. Contam da guerra, da escravidão, das lutas dos negros. Outros são improvisados no repente da brincadeira e, repetidos, permanecem e se tornam clássicos: “Bahia, minha Bahia,/Bahia do Salvador,/Quem não conhece capoeira/Não lhe pode dar valor//Todos podem aprender/General e até doutor”. Com o tempo, a voz rouca não cantava mais, porém se emprestava a histórias e nomes com quem conviveu numa cidade que não existe mais. “No mercado, em meio a seus orixás, aos colares e às figas, queimando o incenso purificador, rindo sua gargalhada, saudando São Jorge. Oxóssi, rei de Ketu, o grande caçador. Camafeu comanda a música, o canto e a dança. Um baiano dos mais autênticos, um dos guardiães da cultura popular. Homem que possui o saber do povo, um desses que preservam o passado e constróem o futuro”, segundo Jorge Amado no livro Bahia de Todos os Santos. E diz mais: “Compositor, mestre solista de berimbau, obá de Xangô, Osi Obá Aresá, filho de Oxóssi, preferido de Senhora, amigo de Menininha e de Olga de Alaketu, o riso cortando o rosto, dono da amizade. Em sua barraca, em prosa sem compromisso, numa conversa largada como só na Bahia ainda existe, sem horário e sem obrigações temáticas, podem ser vistos o pescador, a filha-de-santo, o pintor Carybé, o passista de afoxé, o Governador do Estado, o compositor Caymmi, a turista loira e esnobe, a mulata mais sestrosa e Pierre Verger, carregado de saber e de mistério. A barraca de Camafeu é ponto de reunião, é mesa de debates, é conservatório de música. Na cidade do Salvador a cultura nasce, se forma e se afirma em bem estranhos lugares, como por exemplo, uma barraca do mercado (...) lá se vai Camafeu pelos caminhos da Bahia, invencível com seu santo guerreiro. Vir à Bahia e não ver Camafeu é perder o melhor da viagem. Ele é um obá, um chefe, um mestre”.
Um ritual religioso marcou no dia 27 de março de 1994 o sepultamento de uma das figuras mais conhecidas da Bahia:
Apio Patrocínio da Silva, o Camafeu de Oxossi. O enterro foi no Cemitério da Ordem Terceira do São Francisco, e contou com a presença de vários amigos e admiradores daquele que era uma das maiores autoridades do culto afro-brasileiro na Bahia. Camafeu ficou conhecido não só como proprietário de um dos mais famosos restaurantes de comidas típicas da Bahia, localizado no Mercado Modelo, como também pelo posto Obá de Xangô, que ocupava no Terreiro Ilê Axé Opô Afonjá. Era querido pelas principais mães-de-santo da Bahia e amigo de Dorival Caymmi, Jorge Amado e Gilberto Gil. Doente há muito tempo, Camafeu foi vencido por um câncer na garganta e faleceu no Hospital Aristides Maltez, aos 78 anos.
Jorge, o Amado, em seu livro “Bahia de todos os santos: guia das ruas e mistérios da cidade do Salvador”, assim definiu Camafeu de Oxossi: “Camafeu de Oxossi, Obá de Xangô, solista de berimbau de capoeira e proprietário da Barraca São Jorge, aberto em riso, cercado de objetos rituais, de obis e orobôs, ensina mistérios da Bahia às loiras turistas de São Paulo ou Nova Iorque. A cortesia é grande, o saber maior, o preço barato. Se lhe pedirem, ele tomará do berimbau e tocará... No Mercado, em meio a seus orixás, aos colares e às figas, queimando o incenso purificador, rindo sua gargalhada, saudando São Jorge, Oxossi, rei de Ketu, o grande caçador, Camafeu comanda a música, o canto e a dança. Um baiano dos mais autênticos, um dos guardiões da cultura popular.” “Camafeu é a Bahia. Assim, se escrevo sobre a Bahia, ele tem de estar presente. Isso sem falar que somos irmãos de santo, que é como se fôssemos irmãos de sangue. Ele é Camafeu de Oxossi, e eu também sou de Oxossi. Em meus livros, ele aparece sempre como Camafeu, porque Ápio Patrocínio da Conceição não existe, é um apelido que puseram nele quando nasceu”.

Para baixar o Lp Camafeu - 1968 clique aqui

Para baixar o Lp Camafeu - Berimbaus da Bahia clique aqui

Para baixar a música Camafeu na voz de Candeia clique aqui

fontes:

http://blogdogutemberg.blogspot.com http://spirituslitterae.blogspot.com


http://toque-musicall.blogspot.com/2008/12/camafeu-de-oxossi-1968-e-berimbaus-da.html

terça-feira, 5 de maio de 2009

Audiência Pública na Câmara Legislativa do DF

Informe sobre uma audiência pública no assembléia da câmara legislativa do distrito federal sobre a preservação do patrimônio cultural de origem afro-brasileira e suas potencialidades para a economia do distrito federal.
Importante os capoeiras e as capoeiras de brasília e entorno ficarem de olho nesse processo e não deixarem que os políticos profissionais tomem de conta do processo e deixem de fora os verdadeiros/as guardiões/ãs deste patrimônio histórico e cultural.

valeu

encontro a galera por lá


segunda-feira, 4 de maio de 2009

Capoeira no terreiro de Mestre Waldemar

"Toda artista que não acredita no fato que só o povo é o eterno creador, que só dele pode vir a fôrça e a verdadeira possibilidade de expressão artística, deveria assistir a uma capoeira baiana"

Este post é sobre um artigo para a revista Fundamentos - Revista de Cultura Moderna feito no ano de 1950. O artigo foi escrito pela musicista Eunice Catunda militante do Partido Comunista. Este escrito é resultado de uma visita casual da musicista ao terreiro do Mestre Waldemar na Paixão. Nesta ocasião Eunice estava conhecendo o bairro da Liberdade, bairro proletário onde, na época, ocorriam ocupações por parte dos trabalhadores e trabalhadoras de terrenos baldios para a construção de suas casas.
O artigo fala sobre a beleza dos movimentos dos capoeiristas e das capoeiristas discípul@s de Mestre Waldemar da Paixão dentro do jogo da roda e sobre a musicalidade presente no terreiro deste grande Mestre da arte da Capoeira.
É muito interessante o olhar de uma musicóloga militante do Partido Comunista sobre a manifestação legítima da cultura popular como forma de resistência e de construção de identidade comunitária. A autora do artigo mostra-se muito maravilhada com a espontaneidade presente tanto nos jogadores e jogadoras quando nos tocadores e tocadoras, expressando uma opinião de contraponto muito forte quando pensa a manifestação cultural popular em relação a erudita.
Recomendo a leitura deste artigo.
Para baixá-lo clique aqui

Manduca da Praia!!!

"Faca de Tucum não matô minha navalha
Faca de Tucum não matô minha navalha
Era Manduca da Praia
Era Manduca da Praia"

Manduca da Praia, foi conhecido e temido pela policia e pelos proprios capoeiristas. Auto, forte de barba e cabelos ruivos, viveu por volta de 1850, demonstrando superioridade a todos os capoeiristas daquela época no Rio de Janeiro, mesmo sendo uma época em que viveram terriveis capoeiristas como por exemplo: Aleixo Açougueiro, Quebra Coco, Pedro Cobra, Bem-te-vi, Mamede e muitos outros.Desde cedo Manduca ja demonstrava agilidade saltando touros bravos, como também, no uso do punhal, da navalha e do petropolis, que é uma comprida bengala de madeira-de-lei, companheira quase que inseparavel de Manduca e de todos os valentões da época.Também se destacando na malicia do soco, da banda e da rasteira, entre varias outras coisas. No entanto, se destacava dos outros pela sua frieza e calculismo, da inteligencia que possuia em comparação aos seus companheiros (rufiões, gigolos, valentžes etc.).Manduca era um capoeirista por conta propria, pois naquela época a capoeira, era muito perseguida pela policia e, para se ser capoeirista era mais seguro e racional, fazer parte de alguma gang, sendo que as mais fortes, eram os Nagos e os Guaiamus, que eram as que comandavam o Rio de Janeiro naquela época, bem semelhante as gangs do tráfico de hoje em dia. Porem o Manduca queria muito mais do que fazer parte de uma gang, coisa que poderia lhe atrapalhar em seus negocios, pois possuia uma banca de peixe e era guarda-costas de pessoas ilustres e, principalmente politicos. Nas eleições do bairro de São José, pintava o Diabo e, nos esfaqueamentos, ninguém possuia a mesma competencia.
Devido a sua grande influencia, respondeu a 27 processos por lesões corporais leves e graves, e não foi punido por nem um, saindo-se totalmente ileso. Manduca ainda se tornou mais celebre, com a chegada do deputado portugues Santana que gostava de desafios de briga de rua, que era uma coisa semelhante ao vale tudo de hoje, so que não avia pontos e nem juizes, perdia aquele que fosse a lona ou pedisse arrego, sendo que o ultimo era negado algumas vezes.
Manduca foi então desafiado e foi o grande campeão, deixando Santana abismado com tanta destreza. Apos o combate, os dois sairam abraçados e foram tomar champanhe se tornando grandes amigos. Manduca da Praia era um campeão da Capoeira da época no Rio de Janeiro, uma Capoeira que não possuia musica ou qualquer tipo de instrumentos, era quase que uma briga de rua.
Manduca como dito anteriormente, era alto, claro barba pontuda ruiva e cabelos da mesma cor; nunca deixava de lado o seu casaco comprido e de tecido grosso e, uma corrente de ouro de que pendia o seu relogio também de ouro. Manduca levou uma vida com certas regalias, pois a sua banca de peixe, era um negocio que lhe rendia bons lucros.

Mandinguero era Manduca da praia


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Mandigueiro era Manduca da Praia ( mandingueiro )
Mandigueiro era Manduca da Praia

Começou sua carreira là no Lavadrinho dento de um currau
Com todos diabinhos homens de negócio
da frequesia de Sâo José , tinha uma banca
uma banca de peixe lá no mercado perto do seu zé
Manduca da praia era um homem brigão
um pardo claro um Valantão
feriu muita gente leve e gravemente e
todas as Vezes ele se salvou ( mandingueiro )
Mandigueiro era Manduca da Praia

de andar compassado , olhar confiado caus va temor (mandingueiro)
Mandigueiro era Manduca da Praia

nas eleições de São José ouviu-se gritos e correrias
Manduca na briga com “cinco” Romeiros armados de pau
deu cabeçada gingou deu armada levou uma paulada se desnostreou
desceu na rasteira subiu na ponteira saiu vencedor ( mandingueiro )
Mandigueiro era Manduca da Praia

gesto compra samba de todos processos ele se safou ( mandingueiro )
Mandigueiro era Manduca da Praia

Cidade nova no rio de Janeiro chegou um homem de portugal
um deputado chamado Santana invencivel brigão trocador de pau
prcorou o Manduca o desfiou , Manduca é claro que açeitou
no final desse ponto com muito desconto fiquei sabendo Manduca gahou (mandingueiro)
Mandigueiro era Manduca da Praia

Mandigueiro era Manduca da Praia ( mandingueiro )
Mandigueiro era Manduca da Praia
fontes: http://www.brasilcapoeira.ch/sites/historia_reg_mest.htm#manduca