Capoeira é a Distorção no Movimento da Parada!

domingo, 29 de novembro de 2009

sábado, 14 de novembro de 2009

Salve Mestre Pastinha

Iê!
Aconteceu, até hoje ainda me lembro
Aconteceu, até hoje ainda me lembro
Mas foi num dia de Novembro
Numa sexta-feira treze ...
Sofrendo durante meses
Mestre Pastinha morreu
Mas para ele, a morte foi euforia
Pois viver aqui na terra
Passou fome e agonia
Bem-dito é o mestre
Que chora sapo e chora mundo
Capoeira está de luto
Porq...ue perdeu seu guardião
Na capoeira, teve fama e teve glória
O seu nome está gravado
Está gravado na memória
Adeus Pastinha
Pois a você canto uma prece
Pois bem que você merece
Iê vai com Deus
Descanse em paz
Camará...
Iê Viva meu Mestre..ie



Vamos cuidar bem dessa planta! Mestre Pastinha merece!

Toda Bahia chorou (bis)
Do dia que a capoeira de Angola
Perdeu seu protetor
Mestre Pastinha foi embora
Oxalá foi que o levou
Lá pra terras de aruanda
Mas ninguém se conformou
Chorou general, menino
Chorou mocinha, doutor
Pretas velhas, feiticeiras
Ogans e Babalão
Berimbau tocou Iûna
Num toque triste de mestre
A capoeira foi jogada
Ao som desta canção
Da boca de mandingueiro
De dentro do coração
E não houve na Bahia
Quem não cantasse esse refrão
Vai lá menino
Mostra o que o mestre ensinou
Mostra que arrancaram a planta
Mas a semente brotou
E se for bem cultivada
Vai dar bom fruto e bela flor
Iê, viva Pastinha
retirado de permangola

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Pastinha, uma vida pela capoeira!!!!



Parece que no cinema o clima é total da capoeira. Depois de um tempo do lançamento do documentário sobre Mestre Bimba A Capoeira Iluminada esta em cartaz de forma super valorizada o filme de Besouro. Agora a última novidade é o relançamento em DVD do documentário de Mestre Pastinha criado em 2000.

Aqui vai o trailler do DVD







Para baixar o filme pela livraria saraiva por apenas R$ 13,00 clique aqui

postagem inspirado na postagem do blog capoeira de vênus. Salve, salve venusiana

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Adão Dãxalebaradã: Princípio, meio e fim

"Esta enganando a quem rapaz?
Se tu fabrica as armas e depois me pede a paz!"




Seu nome artístico "Dãxalebaradã" significa na língua yorubá "princípio, meio e fim".

Por causa das constantes agressões do pai, fugiu de casa aos nove anos, indo parar em um reformatório na cidade de Passa Quatro, em Minas Gerais. Foi menino de rua e interno da Febem (Fundação Estadual do Bem Estar do Menor). Logo depois, foi expulso do exército. Ex-guerrilheiro na década de 1970.

Envolvido com o tráfico do morro do Cantagalo, no Rio de Janeiro, foi atingido por 14 tiros nos vários embates com a polícia e traficantes, o que o tornou paralítico. Cumpriu várias penas de reclusão.

Guia espiritual ligado às raízes afro-brasileiras, compôs cerca de 500 músicas sobre o tema.

Residia no Morro do Cantagalo, em Ipanema. Faleceu no Hospital Miguel Couto, vítima de uma Hepatite C com infecção generalizada, sendo enterrado no cemitério São João Batista.

Deixou dois filhos: Ortinho e Luanda.




Adão Dãxalebaradã particpou do documentário "Notícias de uma guerra particular" que retrata o cotidiano dos moradores e traficantes do morro da Dona Marta, no Rio de Janeiro.

Resultado de dois anos de entrevistas (entre 1997 e 1998) com personagens que estão de alguma forma envolvidos ou vêem de perto a rotina do tráfico, o documentário contrapõe a todo o momento as falas de traficantes, dos policiais e dos moradores.

Notícias de uma Guerra Particular traz cenas desconcertantes, como o garoto de dez anos que diz ter prazer em estar perto da morte, o policial que se orgulha em matar, e as crianças que sabem de cor os nomes das armas e suas siglas.



Do tráfico para a música

Depois de levar o 12º tiro, que o deixou semiparaplégico, o Adão Dãxalebaradã realizou um trabalho com o Walter Salles e gravou seu primeiro CD "Escolástica".
Há sete anos, o cineasta Walter Salles subiu o morro do Cantagalo, no Rio, à procura de novas expressões artísticas. De lá, saiu com um documentário e uma descoberta: Adão Dãxalebaradã. Waltinho foi levado à casa desse músico desconhecido por Luanda, caçula dos três filhos de Adão e bailarina do projeto Dançando para Não Dançar. O diretor de Central do Brasil ficou impressionado com o compositor, de mais de 500 canções, e o apresentou à sua parceira Daniela Thomas e ao irmão dela, o produtor musical Antônio Pinto. “Fiquei obcecado em registrá-lo. Adão tem um discurso de contestação, de paz, mas com olhar particular”, diz Antônio. Hipnotizados pela mistura de sons – reggae, samba, afro-beat, rap – e pelas letras vigorosas, os três decidiram revelar Adão. O resultado é o disco Escolástica, o documentário Somos Todos Filhos da Terra e o videoclipe Armas e Paz.

Cantando, o carioca de 56 anos traz as lembranças de quando traficava drogas e assaltava bancos. Sobrevivente de emboscadas da polícia e de bandidos, levou 12 tiros. Quatro foram de metralhadora, quando já traficava e foi perseguido por 30 homens da polícia especial. Segundo
Adão, o motivo não foi o tráfico. Ele havia sido excluído do Exército, conforme crê, por preconceito racial. Passou a pregar peças no coronel responsável pela sua exclusão.
Em plena ditadura militar, conta ter sido até torturado. Um dos tiros de metralhadora ficou a um dedo do coração, e Adão passou meses no hospital.

A última bala ele levou quando tentava se afastar do trá-
fico, como mecânico, em 1973. Em tese, foi assalto. Quis reagir e, sem ver que havia outro bandido atrás, foi alvejado. O tiro o deixou numa cadeira de rodas. “Sou semiparaplégico, consigo andar segurando nas coisas, tomar banho sozinho, fazer sexo”, conta ele, que é solteiro e hoje mora em Copacabana. Magro e convalescen-do de tuberculose, ele recorda: “Era da porra-da, brigava com dez homens, andava arma-do, mas nunca tive coragem de atirar. O tiro foi um
mal que veio para bem”. Dãxãlebaradã, qualidade de Xangô que significa “Princípio, Meio e Fim”, foi o nome espiritual
que adotou desde então.

Adão começou a fazer música aos cinco anos: “Meus pais eram crentes. Fazia hino de igreja”. Sua brincadeira era imitar o pastor. Aos oito anos, fugiu de casa e foi morar na rua. “Não tinha liberdade, era criado na base da pancada. Não podia jogar bola de gude nem soltar pipa porque eram coisas do diabo”, lembra ele, o mais velho de nove irmãos. “Só podia brincar no porão. Não podia me misturar com filhos de pessoas que não eram da igreja.”

Na rua, sobrevivia com o que lhe davam. Foi encaminhado a uma instituição para menores, onde ficou dos 9 aos 17 anos. Após um breve tempo no Exército, caiu no crime e na dependência química. “Usei todas as drogas. Só não era muito da cachaça”, diz. Não havia facções criminosas, e ele comprava, embalava e vendia maconha. Limpo, Adão pretende voltar ao morro, quando for “bem-sucedido”, para desenvolver programas sociais e fundar o templo de uma religião criada por ele, chamada Senhor Senhora do Infinito, que prega a igualdade entre homens e mulheres.




para baixar o cd clique aqui

TODOS OS MEUS AGRADECIMENTOS À KRIS QUE ME APRESENTOU ESTE SÁBIO VISIONÁRIO.
SALVE, KRIS! FICA NA PAZ!

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Martinho da vila canta a Mestre Camafeu




"Camafeu
cadê Maria de São Pedro

Foi passear
foi passear
e os passeios de Maria fez a Bahia chorar

Maria foi lá pra longe
Maria não vai voltar
mas deixou sua família pra seu nome cultuar

Samba no mar
samba no mar
samba no mar mãe Zumira
samba no mar
samba no mar
samba no mar o Jacira

Camafeu cadê Mestre Pastinha
tá com oitenta pra lá
ainda joga capoeira
com quem tem vinte cá

E broncas de Araketu nao precisa perguntar
encontrei com menininha perto do seu cazuá

Samba no mar
samba no mar
samba no mar alô bonito
samba no mar
samba no mar
samba no mar


Camafeu, Camafeu cadê você

tô em todo lugar
so vendendo bugiganga
no mercado popular
se o mercado está fechado
e no mar que eu vou pescar


Samba no mar
samba no mar
samba no mar da BahiaA
samba no mar
samba no mar
samba no mar de amaralina
samba no mar abaete

Samba no mar
samba no mar
samba no mar da Bahia
samba no mar
samba no mar
samba no mar da goméia

samba no mar mestre Bimba

samba no mar Paraná

samba no mar Canjiquinha"

para baixar a música clique aqui

sábado, 17 de outubro de 2009

ROCKERS - IT'S DANGEROUS (1978)



Rockers - "It’s Dangerous" completa 30 anos de idade mantendo o status de "A obra prima Cinematográfica do Reggae". Em 1976, Ted Bafaloukos fez uma proposta a Patrick Hulsey que consistia em fazer um documentário sobre o Reggae. Ted, que já havia viajado diversas vezes para a Jamaica havia construído uma relação de amizade e parceria com diversos músicos e produtores da ilha. Após uma longa conversa com Patrick, Ted o convenceu a produzir o filme que entraria para a história do Reggae. Ainda em 1976, ano em que viajaram 3 vezes para a Jamaica, ambos encontraram grandes nomes como Burning Spear, o produtor Jack Ruby, Leroy "Horsemouth" Wallace, Richard "Dirty Harry" Hall, além de Lee Perry e Kiddus-I, que os encorajaram a seguir em frente.

"Horsemouth" e "Dirty Harry" foram os guias da dupla e sua equipe pela Jamaica e não foi por acaso que se tornaram as duas estrelas do filme, o que causou um verdadeiro "disse-me-disse" entre a comunidade do Reggae Jamaicano na época. Ao final de 1976, finalmente eles conseguiram fazer algumas filmagens de como seria o filme e levaram para Nova York, onde procuraram por alguns investidores dispostos a bancar a obra prima.

Obstáculos financeiros transpassados, o filme começou a ser filmado no verão de 1977 e retomado no inverno de 1978, ano em que Bob Marley retornou à Jamaica após a tentativa de assassinato que sofreu em sua casa na capital Kingston - em 1976. Durante esse tempo Marley se exilou nas Bahamas e só retornou para um dos shows mais importantes já promovidos na Jamaica - o "One Love Peace Concert".

O filme Rockers foi filmado num momento crítico na política local, onde existia uma rivalidade muito grande entre a JLP (Jamaica Labor Party) e o PNY (Peoples National Party). O JLP, partido da direita Jamaicana era apoiado pelos Estados Unidos e liderado por Edward Seaga, enquanto que o PNY era liderado por Michael Manley, eleito Primeiro Ministro no ano de 1976, quando a Equipe responsável pelo filme visitou a Ilha em busca de artistas dispostos a encarar o desafio.

Os dois partidos rivais instituiam uma verdadeira Guerra Civil na capital Jamaicana, travada principalmente entre jovens que eram recrutados para "lutar" pelos interesses políticos de cada um. Esses jovens eram chamados de "Rude-boys" e formavam verdadeiras gangues de foras da lei que lutavam contra a polícia e promoviam o terror em Kingston. O problema de segurança na Ilha era tão grave que em 1977, 10 mil dólares conseguidos por Ted Bafaloukos e Patrick Hulsey para a Produção do filme foram roubados por uma gangue de "rude-boys" no cofre do Hotel onde a equipe estava hospedada. Em meio uma chuva de tiros os produtores perceberam que não estavam com uma tarefa das mais fáceis nas mãos.

Apesar da confusão generalizada, o filme Rockers foi filmado num clima de descontração, satisfazendo seus idealizadores, apesar de todas as dificuldades. Com diversos artistas de fama mundial participando do filme, o mesmo ganhou visibilidade rapidamente na Ilha e em diversos lugares do mundo, onde foi e continua sendo aclamado por público e crítica.

download: (O download é um pouco grande, dividido em 6 partes, mas vale a pena o esforço.)

http://sharebee.com/03ed9841 – parte 1
http://sharebee.com/966fa332 – parte 2
http://sharebee.com/e5c32d13 – parte 3
http://sharebee.com/e47d5712 – parte 4
http://sharebee.com/5ddaaf41 – parte 5
http://sharebee.com/82c702b8 – parte 6

fontes:http://projetoesportefino.blogspot.com
http://skateverycrazy.blogspot.com

domingo, 11 de outubro de 2009

João Nogueira: Mel da Bahia

Não viu Camafeu?
Não foi à Bahia!
Falou Jorge Amado.

Fui à Salvador
Cheguei no mercado
Não vi Camafeu!

Na Cidade Baixa
Quando apontei
Fiquei desapontado

Meu peito queimou
O Mercado Modelo
Já tinha queimado!

Cadê Camafeu seu Jorge
Cadê Camafeu Jorge Amado
Valei me Deus do céu Camafeu é mel

Peguei no contorno
Subi a ladeira
De lá dos aflitos
No bar da saudade
Pra ver batatinha e seus filhos bonitos

Um aipim frito pra cá
Uma cervejinha pra lá
Xixi de galinha Vavá Batatinha tá

Cadê Batatinha Pororó
CadÊ Batatinha Pururu
É que Batatinha fala coisas que eu não falo

Mãe Menininha eu também vou querer mininar
O segredo da sua magia Olorum da presente de Obá
Eu não sabia Dorival resolveu me ensinar
Pelos cantos de toda a Bahia
em seu Jorge
São Jorge Oxalá

Vou Bahiar ôÔ
Vou Bahiar

para baixar a música clique aqui

sábado, 3 de outubro de 2009

Treino na UNB



A equipe!




Alongamento




Nunca é demais!



Meia Lua de Frente








O princípio da Roda!




A Roda!




Jogo de Dentro!




Jogo de Fora!

Treino no SESC da Ceilândia



Início de treino: Uma troca de ideias construtivas




Alongamento




Movimentos de chão: Esquiva




O pricipal do jogo: A ginga!




Mestrando Mancha e Contra Mestra Benguela




A Roda




Mestrando Kichute




SubContra Mestre Lagartixa




Mestrando Mancha agitando a roda

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Portal Oficial do Mestre João Pequeno de Pastinha!



Lendo o Arquivo do FICA descobri que o Portal da Capoeira firmou uma parceria com nosso querido Mestre João Pequeno de Pastinha e irá manter na internet um site oficial do Mestre.

To começando a navegar agora no site

quem quiser acompanhar essa onda é só clicar aqui

Na sequência um pequeno texto retirado do site sobre a ética de Mestre Pastinha


Segue original dos procederes éticos de Pastinha – da forma como eles os deixou escritos.

“Os mestre não pode ensinar com discortez nem de modo àgressivo, não . devemos procurar ficar isolados por que nada podemos fazer sem amôr ao esporte. O egoismo, a agressividade, a deslealdade, o orgulho, a vaidade, os interesses mercenários, levam ao isolamento – reverso da esportividade.”

“O bom capoeirista nunca se exalta procura sempre estar calmo para poder reflitir com percisão e acerto; não discute com seus camaradas ou alunos, não touma o jogo sem ser sua vez; para não aborrecer os companheiros e dai surgir uma rixa; ensinar aos seus alunos -sem procurar fazer exibição de modo agresivo nem apresentar-se de modo discortez…”

“A calma é indispensável à reflexão, à correção dos movimentos, à adaptação do jogo entre os pares, tornando o espetáculo mais belo e seguro. Todo capoeirista deve ser cortês, evitando aborrecer ou irritar seus companheiros, enquanto mantém sua própria tranqüilidade!”

“…sem amôr a nossa causa que é a causa da moralisação e aperfeicoamento desta luta tão bela quanto util: à nossa educação fisica; …”

“… não devemos procurar ficar isolado, porque nada podemos fazer; é muito certo o trocado popular que diz: a união faz a força:…”

“Só o respeito mútuo, a observação dos princípios básicos esportivos (lealdade, humildade e obediência as regras) e a conservação da camaradagem permitem a união indispenável ao progresso da capoeira!”

“…o nosso ideal de uma capoeira perfeita escoimada de erros, duma raça forte e sadia que num futuro proximo daremos ao nosso amado Brasil.”

“A prevenção dos erros por uma conduta educada, respeitosa, gentil, levará ao aprimoramento do nosso povo.”
Mestre Pastinha deixou traçado nos seus manuscritos o roteiro do código de conduta (ética) dos capoeiristas de todas as categoria (mestres, alunos e graduados). As grandes preocupações do Venerando Mestre sempre foram o futuro da capoeira e os capoeiristas do futuro. Talvez antevendo a transformação da capoeira-jogo num desporto pugilístico, em detrimento dos seus aspectos educacionais e lúdicos. O abandono do ritmo ijexá, majestoso, solene, gerador de movimentos elegantes e pacíficos, pelos toques rápidos e de caráter belicoso, é a base sobre a qual vem se desenvolvendo uma capoeira, mais preocupada em “soltar os golpes” que em se esquivar do movimentos de potencial agressivo, característica predominante entre os capoeiristas do passado aparentemente invisíveis e intangíveis como o vento (daí a lenda do desaparecimento sob forma de besouro, bananeira ou de simplesmente deixarem de ser vistos nos momentos de perigo) . A influência da violência cada vez maior da sociedade moderna vem desviando a atenção dos verdadeiros fundamentos da capoeira, tornando-a em mais um fator de violência, sob o falso manto de defesa pessoal e de arte marcial, mero pugilato executado sob um fundo musica de caráter belicoso. Mister se faz o retorno às origens, diria Frede Abreu, lembrando as palavras singelas do nosso Mestre, no seu dialeto afro-baiano, um verdadeiro código de ética. Seus conselho, guardados e obedecidos, certamente tornariam desnecessária uma regulamentação ou codificação extensa e prolixa.
Extraido da Obra: “A Herança de Pastinha”, de A.A. Decânio Filho – Mestre Decanio

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Violentamente Pacífico!

XII Festival Nacional a Imagem em 5 Minutos 2008- Violentamente Pacífico é um video de Gabriel Teixeira realizado no Bairro da Paz(Periferia de Salvador-BA) entrevistando Ras Mc Léo Carlos cidadão Ativamente Cristão morador do bairro. AleluJah!! Haile Eu Selassie Eu GUIA E PROTEGE. Shalom Adonai Yeshua HaMashiack!


domingo, 13 de setembro de 2009

Besouro - Nasce um herói

"Na espera!"

Câmara dos Deputados aprova Estatuto da Igualdade Racial

"O Estatuto reconhece a capoeira como esporte
e o governo terá que destinar recursos para a prática"




A comissão especial da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (9/09) o Estatuto da Igualdade Racial, que vem sendo discutido no Congresso Nacional desde 2003.

O texto foi aprovado em clima de festa, com direito a batucada promovida por militantes. Os deputados esqueceram o protocolo e votaram de pé. Depois, cantaram de mãos dadas o samba "Sorriso negro", gravado por dona Ivone Lara.

O texto, porém, foi modificado para conseguir sua aprovação. Ficaram de fora questões importantes como a criação de cotas de 20% para negros em filmes e programas veiculados nas TVs e o detalhamento para demarcar terras quilombolas.

De acordo com a proposta original, do senador Paulo Paim (PT-RS), o texto contemplava também cota para negros em instituições públicas de ensino superior, o que também não foi contemplado no texto aprovado pela comissão.

O Estatuto, como aprovado ontem, estabelece políticas de proteção e promoção da igualdade racial, como a possibilidade de o governo criar incentivos fiscais para empresas com mais de 20 empregados e pelo menos 20% de negros. E ainda: o poder público adotará ações afirmativas em instituições públicas federais de ensino --sem prever cotas-- e promoverá a igualdade de oportunidade no mercado de trabalho.

Foi aprovada ainda uma cota de 10% para negros nas candidaturas a vagas da Câmara dos Deputados, Assembleias Estaduais e Câmara de Vereadores. O texto inicial previa um percentual de 30%.

Após meses de debates e muita polêmica, o texto foi aos poucos sendo modificado pelos congressistas que não concordavam com as ações afirmativas contidas no Estatuto.

O presidente da Comissão especial, deputado Carlos Santana (PT-RJ), declarou a aprovação como uma vitória histórica. "Ao aprovar o estatuto estamos reconhecendo que há discriminação racial no Brasil. Nós não recuamos", disse.

O projeto será encaminhado agora ao Senado para nova análise. A intenção é que ele seja aprovado nos próximos meses e sancionado pelo presidente Lula em 20 de novembro, dia nacional da consciência negra.

fonte:Fundação Cutural Palmares

para baixá-lo clique aqui

Bezerra da Silva: O rei do côco vol II

"Alô, alô Nordeste!
Lá vai o côco de obrigação:

Se não souber dizer
vai esquentar a cuca
vai enrolar a língua
vai doer o coração!

E veja bem, meu camarada
isso não é embolada
é côco de obrigação!"



Segundo disco do Bezerra da Silva lançado em 1976.
Curte aí o rei do côco.






para baixar clique aqui

sábado, 12 de setembro de 2009

Bezerra da Silva: O rei do côco!

"Balanca o ganzá
segura o repente
cuidado cantor!

Não é panda, nem vaidade
é pura realidade
o rei do coco chegou!"

A primeira vista pode parecer que um disco do Bezerra da Silva não tem nada a ver com capoeira mas acredito que tudo que tenha a ver com cultura popular, cultura negra, cultura de resistência tem a ver com capoeira. Afinal de contas, repentistas, sambistas, a galera do coco, o pessoal dos terreiros e @s capoeir@s, tod@s beberam nas mesmas fontes e tod@s se influenciaram de uma forma bem recíproca.

Então pra quem tem vontade de conhecer um lado não muito explorado do Bezerra da Silva "O rei do coco" aí vai esse Lp histórico.



para baixar clique aqui

sábado, 29 de agosto de 2009

Parque Quilombo dos Palmares é patrimônio nacional

já havia postado alguma coisa sobre o parque do quilombo dos palmares, mas na época eu não tinha muitas informações. Pra complementar o post aqui vai uma reportagem que retirei do site do ministerio da cultura.

Parque Quilombo dos Palmares é patrimônio nacional
Agência Alagoas - AL, Telma Elita, 24/04/2009

Presidente da Fundação Cultural Palmares, Zulu Araújo, apresenta o compromisso do memorial com a igualdade racial e afirma a parceria com o governo do Estado
“A Serra da Barriga é o maior patrimônio histórico e cultural do Brasil para a comunidade negra”. Essa é a avaliação do presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP), Zulu Araújo, numa entrevista que revela as ações no Parque Memorial Quilombo dos Palmares, em solo alagoano, e o apoio do governo do Estado ao centro.

A Fundação Palmares, com 20 anos de existência, tem a missão de proteger e divulgar o patrimônio cultural e imaterial afro-brasileiro. É uma instituição vinculada ao Ministério da Cultura (MinC) e que possui programas em diferentes partes do país. Em 2007, o órgão criou o Parque Memorial Quilombo dos Palmares, na Serra da Barriga, símbolo da resistência à escravidão negra.

Além de representar a luta de um povo, esse quilombo foi um berço de democracia, que reuniu milhares de habitantes há mais de 300 anos. Existiam diversos núcleos de povoamento, que exerciam atividades militares e econômicas organizadas. A produção excedente era negociada nas regiões vizinhas.

O Parque Memorial apresenta toda essa história aos visitantes. Além do visual, um tapete verde que se estende entre morros, é possível conferir aspectos sociais, como religião, culinária e artesanato desenvolvidos na Serra, ao longo da existência do quilombo. O centro tem entrada gratuita e funciona todos os dias, das 8h às 18h.

Sobre o memorial, o secretário de Estado da Cultura, Osvaldo Viégas, define: “É um lugar sagrado para as religiões de matrizes africanas. Trata-se de um território referencial”.

Desde que foi criado, o espaço cultural apresentou inúmeras atrações musicais, do peso de Luiz Melodia, Sandra de Sá, AfroReggae e Rapin Hood. A banda Tribo de Jah contou com o maior público, mais de 3.500 espectadores. “Ao todo, nós já reunimos 15 mil pessoas na Serra, exclusivamente com os shows”, conta Zulu Araújo. Ainda acrescenta: “Essa foi uma das formas que nós encontramos de levar os alagoanos à Serra da Barriga”.

Parceiro na igualdade - Para as suas atividades, o memorial conta com o apoio do governo do Estado. “É um parceiro muito importante. Os shows somente são possíveis com o trabalho da Polícia Militar, que garante a segurança. Não tivemos nenhum problema quanto à violência”, afirma o presidente da FCP.

“Foi por meio da articulação do governador Teotonio Vilela com o senador Renan Calheiros que conseguimos recursos na ordem de R$ 4,2 milhões para a construção do acesso a Serra. O investimento deve ser liberado até junho deste ano. Essa vai ser a nossa redenção”, revelou Zulu Araújo. O projeto já está no Ministério de Integração Nacional.

O secretário de Cultura de Alagoas afirma que acompanhou Teotonio Vilela na entrega do plano de acesso ao ministro Edson Santos (Igualdade Racial). “O projeto foi feito pelo governo do Estado, por meio do Departamento de Estradas de Rodagem (DER). Conta com infraestrutura de acesso, estacionamento, drenagem e escadarias. Tivemos também o apoio do ministro da Cultura, Juca Ferreira”, revela o secretário.

Além das apresentações artísticas, o Parque Quilombo dos Palmares também ofereceu cursos de capacitação, nas áreas de artesanato e estética negra. “Atualmente, 60 alunos participam das aulas de turismo étnico e culinária afro-brasileira. Já atendemos a 275 pessoas, são todos quilombolas e moradores da região”, explica o dirigente da Fundação.

A Fundação Cultural Palmares possui representações na Bahia e no Rio de Janeiro. Recentemente, de acordo com Zulu Araújo, a instituição ganhou mais cinco unidades: Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Maranhão e Alagoas.

Mais informações: www.quilombodospalmares.org.br

domingo, 23 de agosto de 2009

Jogo de Mestres: Moraes e Jogo de Dentro

"Jogo de dentro
Jogo de fora!

Esse jogo é maneiro
esse jogo é de Angola"


Jogo de Mestres: João Grande e Curió

"Canarinho da Alemanha
Quem matou meu Curió?

Canarinho da Alemanha
Quem matou meu Curió?

O segredo da Lua
Quem sabe é o Clarão do Sol!"


quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Jogo de Mestres: João Pequeno de Pastinha e Cobra Mansa

"Sou filho da cobra verde
neto da cobra coral
quem quiser saber meu nome ah meu deus!
meu veneno é de matar
valha meu deus nossa senhora
mae de deus o criador
a senhora me ajude
nosso senhor me ajudou
camara"



Jogo de de dois cobras
João Pequeno e o Cobrinha Mansa


Jogo de Mestres: João Pequeno e João Grande

"Todos dois com nome de João
um joga pelo ar
o outro se arrasta pelo chao
um chama cobra mansa
o outro parece gavião"

Os que estão jogando são Mestre João Pequeno de Pastinha e Mestre João Grande.

Jogo de Mestres: João Grande e Moraes

Encontrei esse jogo no youtube.
Parece que o video é de 1990.
19 anos atrás.
Jogão!!!

Fundação Palmares celebra seus 21 anos com festa e cultura popular

A sede da Fundação Cultural Palmares vai ser palco de uma extensa programação que promete muito agito e muita cultura popular. Na semana de 17 a 22 de agosto, para celebrar mais um ano de existência da instituição, fundada em 1988, tambores vão ecoar, convidando o público para uma grande festa com direito a muito samba no pé. São mais de dez grupos de dança e música regionais.
Amantes do Maracatu, Jongo, Samba de Roda, Tambor de Crioula, Congo terão a oportunidade de desfrutar um pouco da beleza e encanto da cultura afro-brasileira, acompanhando os cortejos, que mantêm viva a tradição da cultura popular. Poderão também acompanhar mestres de capoeira e os grupos folclóricos que virão da Colômbia especialmente para esta grande festa da diversidade: Grupo Benkos Kusuto da comunidade do Palenque de San Basílio e Grupo Bahía Trio, e o coletivo de artistas “Entre dos mares: ensamble musical de Colombia, Ecuador y Panamá”.
Durante os cinco dias do evento, tocadores, cantadores, dançarinos, reis e rainhas do congo e do maracatu, baianas do samba de roda vão comandar a festa e tomar de alegria o platô da sede da Fundação Palmares. Quem vier conhecerá a riqueza das manifestações culturais de matriz africana que ainda resistem aos tempos modernos.
As oficinas também entram na programação. Teremos Roberto Mendes nas oficinas de Chula, Mario Pam, nas oficinas de Percussão, e ainda uma oficina de ritmos afro del Caribe y el Pacifico.
Tem ainda a exposição fotográfica Negrice Cristal, de Januário Garcia; Cortejo da Lavagem – Terreiro Ilê Ase Ode Onisegum; e degustação de comida afro-brasileira.
Destaque ainda para a apresentação de Luiz Melodia e Lazzo Matumbi, que se apresentam no dia 22, no palco do Teatro Nacional (Censura Livre). Ao final do show, o público poderá assistir a um desfile de moda afro.
Também como parte das comemorações, haverá a entrega do Troféu Palmares. Uma homenagem da Fundação para personalidades que têm representatividade e destaque na luta contra o preconceito e a favor da igualdade racial. Serão homenageados:

# Mãe Beata de Iemanjá (Beatriz Moreira Costa): religiosa de matriz africana do candomblé, iniciada há mais de 50 anos, conhecida sacerdotisa e ativista social da cidade do Rio de Janeiro, dedica-se há décadas à valorização da cultura e da religião afro-brasileira, como também, pelos direitos das mulheres.

# Esther Grossi: professora, escritora e ex-deputada federal, autora da lei 10.639/2003 – que institui a obrigatoriedade do ensino da História e Cultura da África e dos afro-brasileiros.


Conheça um pouco mais das atrações:

Contos do Congo: o Congado é uma manifestação cultural e religiosa de influência africana que em algumas regiões do Brasil desenvolve seu enredo sob o tema da vida de São Benedito, o encontro de Nossa Senhora do Rosário submergida nas águas e, em outras regiões, a representação da luta de Carlos Magno contra as invasões mouras. O grupo Contos do Congo surgiu em 2006 e vem mantendo as tradições e divulgando a arte e as origens do Congado mineiro, remetendo o público à mais pura expressão conga, fazendo com que se vivencie a verdadeira Folia de Reis. O grupo nasceu da necessidade das pessoas preocupadas em resgatar e preservar o congo nas suas mais diversas formas de manifestação cultural.

# O Jongo da Serrinha: é uma manifestação cultural essencialmente rural diretamente associada à cultura africana no Brasil e que influiu poderosamente na formação do Samba carioca.

# Maracatu do baque solto: o grupo destaca-se por preservar a essência do maracatu e manter uma trajetória marcada pela originalidade na criação de novos temas e adereços. Surgiu da organização de trabalhadores rurais, com o intuíto de preservar a cultura dos seus antepassados.

# Tambor de Crioula: é uma dança com raízes africanas, praticada no Maranhão, tanto no meio rural como no urbano, tendo como característica marcante a punga (espécie de samba de roda), evidenciada no toque dos tambores e na coreografia das mulheres. O grupo Tambor de Crioula é uma das maiores referências culturais nesse estilo musical.

# Samba de Roda Suerdieck: é um dos mais antigos e autênticos grupos de samba de roda do Recôncavo Baiano. Liderado por dona Dalva Damiana, o grupo foi fundado em 1958 na antiga fábrica de charutos Suerdieck, pelas funcionárias, que, no intervalo do trabalho, cantavam estrofes rimadas no ritmo do samba, ritmados com pedaços de madeira e as sobras das caixas de charuto.

# Benkos Kusuto da comunidade do Palenque de San Basílio (costa do Pacífico colombiano): grupo formado por quatro dos músicos mais destacados e reconhecidos percussionistas da comunidade palenqueira.

# Bahía Trio: grupo de marimba tradicional, busca explorar todas as possibilidades melódicas através de conjuntos musicais folclóricos regidos pela improvisação e experimentação de ritmos de tradição africana com influência da sonoridade latina.

# “Entre dos mares: ensamble musical de Colombia, Ecuador y Panamá”: grupo formado por um combinado de artistas da Colômbia, Equador e Panamá, com uma proposta de integração da música afro-latina desses três países.

PROGRAMAÇÃO DO ANIVERSÁRIO DA PALMARES
De 17 a 22 de agosto

17/08

9 às 17h - Oficina de Percussão - Mário Pam - Galpão FUNARTE

9 às 10h - Abertura Solene do Aniversário da Fundação Cultural Palmares - Auditório FCP

10 às 12h - Abertura da Exposição: Negrice Cristal, do fotógrafo Januário Garcia e Café da manhã - Espaço Cultural Palmares

10 às 12h - Oficina Chula – Roberto Mendes - Auditório FCP

18 às 20h -Mostra Cultural – Jongo da Serrinha–Rio de Janeiro, Grupo Benkos Kusuto de la comunidad del Palenque de San Basílio (Colômbia) - Platô da FCP

18/08

9h às 11h - Oficina de Percussão Mário Pam - Galpão FUNARTE

9h às 11h - Oficina Chula – Roberto Mendes - Auditório FCP

18 às 20h -Mostra Cultural – Maracatu do baque solto–Pernambuco e “Entre dos mares: ensamble musical de Colombia, Ecuador y Panamá” - Platô da FCP

19/08

9 às 18h - Oficina de Percussão – Mário Pam - Galpão FUNARTE

18 às 20h -Mostra Cultural – Tambor de Crioula, Grupo Gualajo (Colômbia) e cantora convidada - Platô da FCP

20/08

9 às 18h - Encontro de Mestres de Capoeira - Auditório FCP

9 às 17h - Oficina de Percussão Mário Pam - Galpão FUNARTE

18 às 19h - Mostra Cultural – Roda de Capoeira – Mestre Cláudio - Platô da FCP

21/08

10h - Cortejo da Lavagem – Terreiro Ilê Ase Ode Onisegum – Pai Ribamar - Platô da DEP

11h - Resultado da Oficina de Percussão - Platô da FCP

12h - Degustação de Comida Afro-Brasileira - Platô da FCP

13h - Mostra Cultural – Samba de Roda Suerdick–Bahia, Congada Contos do Congo–Minas Gerais - Platô da FCP

22/08

9 às 12h - Oficina de Ritmos Afro del Caribe y el Pacífico - Galpão da Funarte

21h:

• Desfile de Moda – Estilista Rodinei , de Minas Gerais

• Abertura: “Entre dos mares: ensamble musical de Colombia, Ecuador y Panamá”

• Entrega do Troféu Palmares

• Show Luis Melodia e Lazzo Matumbi - Teatro Nacional

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Pelé da Bomba

"eu tava la em casa
eu tava la em casa oh meu bem
sem pensar sem maginar

eu tava la em casa
eu tava la em casa oh meu bem
sem pensar sem maginar

bateu na minha porta
que mandaram me chamar
bateu na minha porta oh meu bem
mandaram me chamar

eu mandei ver quem era
eu mandei ver quem era ah meu deus
era pedro malasar

era um menino novo
era um menino novo oh meu bem
ta querendo me matar

eu sai pela cozinha
eu sai pela cozinha
eu sai pela cozinha oh meu deu
para ver pedro malasar

ele olhou pra mim
começou querer brigar
eu dei um pulo de costa
e cai no mesmo lugar"


para baixar esta ladainha clique aqui

Mestre Pelé da Bomba: O gogó de ouro

Nome: Natalício Neves da Silva

País: Brasil

Cidade: Recôncavo Baiano, Salvador

Nacimento: 1934

Discípulo de Mestre Bugalho

Mais usada na Bahia, a expressão “gogó de ouro” é sinônimo de boa voz e de afinação. Num universo de opiniões tão divergentes como o da capoeira, Mestre Pelé está entre os poucos que recebem, com unanimidade, este título. Direto de Salvador, ele nos conta o que viu e viveu nas rodas, uma história que começa há mais de meio século
“Iêêêêêêêê!” O chamado de Natalício Neves da Silva, o mestre Pelé, aliado aos primeiros acordes do berimbau, é experiência que, quem viveu, não esquece. Sua voz expressiva é capaz de nos conduzir aos 500 anos de história e de nos conscientizar do poder libertador que a roda de capoeira representa.
Mestre PeIé nasceu em 1934. É do tempo em que se jogava capoeira nos finais de feira e nos dias de festa. Também fez parte de uma geração dividida entre a marginalidade da capoeira de rua à institucionalizada capoeira nas academias.


Primeira roda — Na infância, Pelé ajudou o pai na luta pela sobrevivência. Fazia carvão, colhia mandioca e tratava a terra. Depois, vendia suas mercadorias na capital baiana. Foi assim que chegou à rampa do Mercado Modelo, próxima à igreja Nossa Senhora da Conceição da Praia, onde encontrou a nata da capoeira. “Conheci a capoeira aos 12 anos de idade, quando ia às feiras e às festas populares do recôncavo baiano. Eu ia com meu pai a Muritiba, São Félix e Cachoeira vender carvão. No final do dia, chegavam os ‘senhores’ de toda a região e
começavam a brincar para se divertir. Era o povo que dava para o capoeirista o título de mestre, que disputava o título ali no jogo, jogo duro”, lembra. Foi numa dessas rodas que Pelé diz ter conhecido o lendário Besouro Mangangá. E confirma a lenda: “Ele sumia quando queria”.

Lendários — Para o mestre, era entre a Igreja da Conceição e a rampa do Mercado que rolavam as melhores rodas de capoeira da época. Em sua memória estão personagens como Valdemar da Liberdade, Caiçara, Zacarias, Traira, Angolinha, Avani, Bel e DeI (irmãos), Onça Preta, Sete Mola, Cabelo Bom e Bom Cabelo (gêmeos) e Bugalho, que o teria encantado com sua agilidade. “Tinha muita gente importante, naquela época, além de Bimba e Pastinha. Os alunos deles não jogavam muito na rua. Eles evitavam por causa das brigas, não queriam ficar difamados. O pau quebrava e a policia na cavalaria vivia ‘escarreirando’ os capoeiras, acabando com as rodas. Os capoeiristas, por sua vez, quebravam a polícia no cacete. Bimba e Pastinha queriam evoluir, acabar com essa imagem do capoeira”.

Capoeira de Rua – O aprendizado da maioria dos capoeiristas dessa época era mesmo nas grandes rodas na rampa do Mercado Modelo e nas chamadas festas de largo, que começavam na festa de Nossa Senhora da Conceição da Praia – coração da cidade baixa, próxima ao elevador Lacerda — no dia 1º de dezembro e se prolongavam até o dia 8 do mesmo mês. Depois, vinha a festa de Santa Luzia, freqüentada pelos estivadores (trabalhadores do cais do porto), muitos deles, capoeiristas. “Era o dia todo: banho de mar, samba de roda, samba de viola que era uma tradição. Todos os ritmos vindos do recôncavo baiano. Nestas festas, reuniam-se os melhores mestres de capoeira e os melhores tocadores de berimbau. Foi num desses momentos que comecei a cantar e a tocar”, relembra.
Foi Bugalho, carregador de embarcações que, nas horas de descanso e nas noites de lua-cheia, ensinou o menino Natalício a gingar nas areia da praia da Preguiça. “Segui a tradição do meu mestre, Bugalho, um grande tocador de berimbau. Ele era um dos melhores, tocava muito bem o São Bento Grande, principalmente quando era noite de lua. Sentávamos na areia da praia e, quando ele tocava, era possível ouvi-lo na cidade alta”.
Além das rodas da Liberdade nas tardes de domingo, em que o guarda civil Zacarias Boa Morte “tomava conta”, Pelé mostrava sua arte nas rodas de Valdemar da Liberdade, num galpão de palha de dendê, cercado de bambu. “Eu era ligeiro, tinha um sapateado que ajudava muito. Eles não me pegavam. E, quando eu chegava nas rodas da invasão do Corta Braço, no bairro de Pero Vaz, mestre Valdemar dizia: Lá vem Satanás!”

Experiência — Durante 25 anos Pelé deu aulas de capoeira e, também, no V Batalhão da Policia Militar. “Naquele tempo, era comum a polícia treinar capoeira”. Além dessas atividades, Mestre Pelé participou, ao mesmo tempo, de importantes grupos folclóricos da Bahia como o Viva Bahia. Fez apresentações com o grupo de mestre Canjiquinha, no Belvedere da Praça da Sé, shows para turistas, onde mostrava a capoeira, o maculelê, a puxada de rede e o samba de roda. Sorrindo muito, Pelé explica que “na capoeira, tudo sai da ginga. A ginga, o molejo e a flexibilidade são importantes para o capoeirista, tanto para defesa quanto para o ataque”.

Retorno — Mestre Pelé ficou longe da capoeira por vinte anos. Foi trazido de volta às rodas pelo projeto de resgate e valorização de mestres antigos, criado pela Associação Brasileira de Capoeira Angola (ABCA). Hoje, ele integra o Conselho de Mestres da associação e participa de eventos importantes. Recentemente, emocionou, com sua voz, quem esteve presente no enterro dos mestres Caiçara, Bom Cabrito e Zacarias Boa Morte, e na missa de sétimo dia de Caiçara.
Na ABCA, Pelé espera conseguir viabilizar o projeto de aposentadoria para mestres com mais de 65 anos de vida e 35 anos de capoeira. “O ministro da Previdência, Waldec Ornelas, já votou a aposentadoria das mães e pais de santo que, como os capoeiristas, também tiveram suas atividades proibidas e perseguidas. Além disso, também vamos conseguir provar que Capoeira Angola é cultura popular, e não arte marcial”, finaliza o cantador.

capoeiramalungo.hpg.ig.com.br

retirado do blog
http://esquiva.wordpress.com

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Mestre Cobra Mansa e a permangola

"A Capoeira Angola é o movimento dos africanos no Brasil. Uma mistura de danças e lutas tradicionais vinda dos povos bantos e está ligada aos rituais afro-brasileiros. A música é orgânica e ritualizada, acompanhada por bateria completa de oito instrumentos."



A Capoeira Angola teve início com a vinda dos africanos para o Brasil. Vicente Ferreira Pastinha (Mestre Pastinha) se destacou nesse estilo. Ele inaugurou no ano de 1941 o Centro Esportivo de Capoeira Angola.

O Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros reuniu Mestres para mais um Encontro de Capoeira Angola na vila de São Jorge.

Nomes como Mestre Cobra Mansa, Pelé da Bomba, Sabú e Vermelho participaram do evento mostrando suas habilidades e contando as experiências do mundo da Capoeira. Dentre as experiências dos mestres capoeiristas está a de Cinésio Feliciano Peçanha, o Mestre Cobra Mansa, também conhecido por Mestre Cobrinha.

Natural do Rio de Janeiro, aos treze anos foi para Salvador, onde se interessou pela Capoeira e, aos quinze, tornou-se aluno de Mestre Morais e depois Mestre Josias, seguidores de Mestre Pastinha. Esse foi o ponto de partida para grandes mudanças em sua vida, desde o modo de viver ao atual respeito à natureza.

Segundo ele, a Capoeira é um instrumento muito forte para conscientização sobre as situações atuais do mundo moderno. O trabalho com crianças pode levar a formação de um mundo melhor.

Engajado nesse sentido, Mestre Cobra Mansa desenvolve um trabalho que une a Capoeira com a Ecologia, ou seja, a permacultura, denominado por ele de Permangola e desenvolvido no Kilombo Tenondé - Centro Agropecologico, Cultural e Educativo em Valença, no Estado da Bahia.

A permacultura foi criada na Austrália na década de 70 e é atualmente difundida pelo mundo todo. Ela é a reunião do conhecimento tradicional com novas técnicas no intuito de criar soluções permanentes baseados na inteligência natural.

Segundo Mestre Cobrinha, o espaço tem fundamentos enraizados na vida do Quilombo e sua harmonia comunitária, cultural e ambiental. Agindo na realização da regeneração da criatividade, do pensamento construtivo, dos ideais das aldeias, mocambos e tribos dos antepassados.

O Kilombo Tenondé está situado numa área de sessenta hectares cortadas por um rio, tem o objetivo de criar o equilíbrio harmônico entre o urbano e o rural, entre a cidade e a roça, entre o concreto e a selva, entre o homem/mulher com o homem/mulher e o seu meio ambiente. É um intervenção Agroecológica com a Capoeira Angola.

Esse espaço recebe visitantes de várias partes do mundo que se isolam por dez dias e praticam exercícios de capoeira, yoga e outros. Há ainda práticas e palestras sobre sistemas alternativos de construção, agricultura e energia com o desenvolvimento de oficinas de reciclagem e aproveitamento; construção de casas de taipas com adobe, captação de água e ainda a casa de farinha que produz alimentos naturais.

Mestre Cobra Mansa valoriza a Capoeira como uma atividade de iniciação ao conhecimento como um todo. Unindo a Capoeira e permacultura ele acredita estar dando os primeiros passos para a sustentabilidade, não só na região e sim em todo o restante do mundo.

terça-feira, 21 de julho de 2009

CAPOEIRA: LUTA LIBERTÁRIA

"Como falaram alguns Mestres;
a capoeira pode ter nascido para matar quem nos impede de ser livre.
E ela deve continuar assim.
Na luta pela libertação
devemos usar todas as armas,
todas as forças!"


Roberto Freire
(depoimento do 3° Batismo Palmares Sul: Soma e Capoeira)

É muito difícil para mim usar essa palavra: Mestre. Como anarquista que sou nosso lema é nem Deus, nem mestre. A terapia da soma passou a se associar com a capoeira e hoje ela não pode mais existir sem a capoeira. Há terapeutas no Brasil que seguem minha linha e não estão usando a capoeira. Eu condeno isso e acho uma traição, a negação do que há de essencial na soma e sua relação com o que há de mais brasileiro nela. De mais verdadeiro no sentido do que entendo que seja uma terapia. As terapias tradicionais, as históricas, de várias obras de Freud, fundamentalmente são terapias de adaptação das pessoas ao sistema burguês capitalista. A ideologia dos psicanalistas, são todos burgueses capitalistas. Nas épocas da ditadura era preciso criar um tipo de terapia que desse assistência as pessoas que lutavam contra o fascismo, ou seja, encarávamos uma realidade que não existia até então. Nasceu a soma, dos encontros clandestinos. Fui buscar fundamentação teórica-técnica nas obras de vários pesquisadores alemães, sobretudo Reich. Ofereciam possibilidade de se criar alguma coisa que libertasse o homem (mulher) não para a direita, nem para a esquerda, nem para cima nem para baixo, ou ao centro. Mas fazer com que se tornasse capaz de lutar por si mesmo, como ser livre, por aquilo que el@ acredita. Sem partidos, sem organização, sem dependência de nada. Em 1969 eu tive a imensa felicidade em estar trabalhando para a revista REALIDADE, e ser incumbido de fazer uma entrevista com Mestre Pastinha, em Salvador. Como ele passava os ensinamentos de vida e liberdade... naquela pobreza a que era submetido pela situação que se vivia no país. Reportagem que tenho muito orgulho em ter feito; se chamou: "É dança, é luta, é capoeira". Depois de ter convivido intimamente com aquela academia e seus discípulos concluí a matéria. Passado um tempo após a morte de Pastinha, ao desenvolver a soma, um dia percebi que havia uma identidade absoluta do que eu chamava de libertação terapêutica com a libertação d@s escravizad@s. Estudando a história da capoeira me tornei mais lúcido. A capoeira foi o que realmente libertou @ escravizad@ no Brasil. Para o homem (mulher) Negr@ poder ser livre el@ tinha que transformar seu corpo num instrumento de libertação. Para enfrentar a arma branca e arma de fogo. Conseguir que sua energia viva fosse suficiente para enfrentar as armas de morte. Para mim terapia significa transformar o corpo, minha pessoa, numa arma que me possa libertar de todas as outras que existem, reprimindo minha liberdade. Nós queríamos e queremos uma liberdade de ser originalmente o que a gente mesmo é mesmo, né? Em alguns anos, com Lamir das areias fiz minha formação de capoeirista. A gente se apaixona pela capoeira porque a gente se apaixona pelo processo de libertação. A neurose está no corpo e não na mente, se não libertarmos nossos corpos, nossas mentes não serão livres. Libertação da dependência, da sujeição, da discriminação, da humilhação. Fiquei doente e totalmente impossibilitado de jogar capoeira. O que ficou foi o grande tesão pela capoeira, a paixão. O terapeuta burguês não quer libertar seu corpo, quer continuar burguês. Se fizer capoeira, deixa de ser burguês. Vai ter que ser um lutador, ser um homem comum. As dificuldades são essas, eles querem melhorar o sono, querem trepar melhor, querem dar mais risada, mas lutar, ser eles mesmos, eles tem medo. Muito recentemente me desesperei e achei que a soma estava perdida, todo o trabalho de uma vida. 30 anos de luta, para criar uma terapia brasileira e libertária, servindo ao nosso projeto anarquista de libertação do homem(mulher). Vi que não adiantava. Sem a capoeira estar implantada junto com o soma, a soma não valia nada. Como falaram alguns Mestres; a capoeira pode ter nascido para matar quem nos impede de ser livre. E ela deve continuar assim. Na luta pela libertação devemos usar todas as armas, todas as forças. Se não seremos submetidos teremos que viver nessas falsas liberdades. Falsas repúblicas, falsas democracias, falsas terapias e falso amor. Nos habituam a viver em migalhas de criatividade. Já sou radical, ao me tornar mais velho estou cada vez mais radical. Ou é livre ou não é, ou ama ou não ama, ou luta ou não luta. E a capoeira é radical. Ela não nasceu para agredir, pra ser violenta, mas para impedir a violência. Para que as pessoas aprendam a não abusar e usar o outro, porque o outro sabe se defender. Poder ser livre precisa de preparação, de aprendizado. E os mestres estão aí, pra passar isso, pra nós. Capoeira é capoeira, soma é soma, nós simplesmente estamos usando a tradição, a verdade, limpeza e pureza da capoeira. Pra transformar o processo terapeutico que nasceu libertário e quer continuar. Não me sinto burguês e quero me livrar da burguesia. Como a capoeira, o soma é marginal, e está se expandindo. Mesmo com a atenção estrangeira, continuaremos aqui dentro lutando seriamente, não pela preservação da capoeira, pois ao contrário, ela nos preserva. Vamos lutar pela capoeira, pela arma popular nacional que ela é. Eu quero viver a "margem" do sistema, não quero participar de nada dele. Não quero que me cobrem o que estão impondo no momento. Eu sou marginal. É preciso que gostemos dessa marginalidade e que se viva e se sobreviva nela. Temos que descobrir coisas criativas em nós, localizar nossos potenciais criativos e produtivos. Para que sem depender do sistema, a gente possa produzir, criar e viver às nossas custas. Por que se eu depender de alguma coisa do sistema, me comprometo com ele. O que tá sendo mais impedido, hoje nesse país, é a liberdade. Caçada de todo jeito, através de uma pseudo-liberdade. Quando a gente ama nossa autonomia, a gente acaba ficando um pouco marginal e a admiramos quando dentro dela lutamos contra o sistema. Como anarquista eu não vou concordar que nenhuma instituição dirija o poder, isso é a base, o anarquismo significa contra o poder, não poder. Interesse no prazer, naquilo que possa trazer novas formas de organização social e vida humana que não dependam de nada que venha de cima para baixo. Eu amo a capoeira, porquê? Por que ela vem de baixo para cima. Agora, instituições que aspiram chegar ao poder e lá de cima, mandar, eu não concordo. Por exemplo, não concordo com o voto, por que as pessoas que eu voto deveriam trabalhar para aquilo que eu penso, e elas chegam lá em cima e fazem o que querem mandados por cartéis econômicos poderosos internacionais.

UMA PERGUNTA: Será que todo(a) capoeirista pelo fato de estar fazendo capoeira já é livre? Ele já é um instrumento de libertação porque fez capoeira? Será que quem faz soma torna-se uma pessoa realmente livre e um instrumento libertário? Só por fazer soma? Tanto a soma quanto a capoeira são instrumentos de libertação, podemos utilizá-las, dependendo do tipo de consciência política que a gente tem. Podemos limitá-la a um trabalho corporal esportivo. A uma sensação de prazer, de bem estar, de auto-suficiência, de competência. A soma pode nos dar uma sensação de uma sexualidade melhor e afetividade mais livre. Mas isso não quer dizer que essa liberdade de aumentar nosso prazer de viver, tenha nos transformado numa "pessoa libertária". Ninguém será livre, se todos não forem livres. Ninguém poderá estar falando pela liberdade pessoal se não estiver simultaneamente ligado a liberdade social. As pessoas que fazem soma aprendem, ou é para aprender que ao fazer terapia estão se propondo a mudar ideologias.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Mestre Bigodinho: Faça pouco bem feito do que muito mal feito!

"A Capoeira é uma defesa pessoal
e cada qual se defende como pode
na hora da necessidade.
A capoeira não é valentia".



Santo Amaro/BA, iniciou sua prática na capoeira em 1950 sob os cuidados de Mestre Waldemar, convivendo junto ao seu Mestre até o início dos anos 70, quando afastou-se da capoeira devido a repressão e pouca valorização da época.
Porém, na década de 90, incentivado pelo seu amigo Mestre Lua Rasta, Mestre Bigodinho volta ao convívio das rodas de Capoeira e logo é convidado à ingressar na Associação de Capoeira Angola/ABCA. Por ter vivenciado os momentos difíceis da capoeira, onde "corria da polícia com os seus meninos, pois não se podia jogar capoeira", o Mestre merece o nosso respeito e admiração. Hoje em dia, o Mestre Bigodinho está sempre presente nas rodas, contribuindo com todo o seu conhecimento e sabedoria.





Texto retirado do site atelier lua

créditos

http://www.atelierlua.com.br/

quarta-feira, 24 de junho de 2009

arraia da capoeira

"A coisa é tão boa que até a chuva que não foi convidada, veio!!!"

Vídeo produzido na festa de Arraia realizado na casa da capoeira!

Muito axé a tod@s!!!

sexta-feira, 19 de junho de 2009

O velho capoeirista: Mestre João Pequeno de Pastinha

Esse é um documentário de 1999 que encontrei no youtube.

Fala um pouco sobre a biografia de Mestre João Pequeno de Pastinha. A direção e o roteiro do documentário ficaram por conta de Pedro Abib. A edição é de Vinicius Andrade.

Espero que vocês gostem.








Encontrei os vídeos no canal do youtube da pekenhoca

quarta-feira, 17 de junho de 2009

A peleja de Riachão com o Diabo

"Riachão tava cantando
na cidade do Açu.
Quando apareceu um nego
da espécie de Urubu.
Tinha camisa de solo,
a calça de couro cru,

beiços grossos e virados,
como a sola de um chinelo,
um olho muito encarnado

o outro bastante amarelo.
Esse chamou Riachão
para ir cantar martelo

Riachão arrespondeu:
Não canto com nego desconhecido!
Por que pode ser escravo
e ande por aqui fugido
.
Isso é dar calda a nambu
e só entra nego inxerido.

D-- Eu sou livre como o vento
a minha linhagem é nobre,
com muitos mais ilustrados
que o sol no mundo cobre.
Nasci dentro da grandeza.

Não sai da raça pobre.

R-- Você nega por que quer.
Está conhecido demais.
Diga se está fugido.
diga quanto tempo faz?
Se você não for cativo
obra desmente sinais

D-- Seja rico seja escravo
eu quero cantar martelo.
Afine sua viola!
Vamo entra num duelo.
Se com minha presença
o senhor ta ficando amarelo

R-- Vejo um vulto tão pequeno
que nem posso enxergar.
Parece que não precisa
nem a viola afinar.
Pela ramagem da árvore
vê-se os fruto que ela dá.

D-- Riachão isso são frases
de um homem muito atrasado.
Por que são vistos os fenômenos
que na terra tem se dado:
Uma cobra pequenina

mata um boi agigantado

R-- Meu Riachão pela seca
dá cheia descomunal,
das correntezas do rio
descem grandes animais:

Jibóias, surucujubas
e monstruosos jaguais

D-- O jaguar me rende culto.
A serpente aos meus pés morre.
Quando chega a minha ira
só um poder o socorre!
Digo ao rio:pare aí;
a água para e não corre!

R-- Você não é Jesué
que mandou o sol parar
e esses parou três dias
para a guerra se acabar.
Nem Moisés com sua vara
fez a água do mar secar.

D-- Faço tudo que eu quiser
minha força é sem limite!
Os feitos por mim obrados
não vejo homem que os cite.
Eu determino uma coisa
não há força que evite

R-- Salomão também fazia
o que queria fazer.
Por mei de mágica e química
quis novamente nascer,
em vez do nascimento
ele conseguiu morrer!

D-- Salomão facilitou
confiado na ciência
encaminhou tudo bem
mas faltou-lhe a paciência
se não fosse esse erro
tinha outra existência!"

Então
galera da capoeira, esse é uma ladainha que encontrei na internet retirado dum cordel muito popular que conta a história da peleja entre Riachão e o Diabo. Não consegui descobrir quem canta a ladainha. No final da ladainha ele pede a bênção a alguns Mestr@s, mas não deu pra sacar quem que ta cantando.
Vou colocar para quem quiser curtir na integra o cordel completo em formato pdf e a ladainha em formato mp3.

Para baixar o cordel clique aquiPara baixar o arquivo de mp3 clique aqui

Parque Memorial do Quilombo dos Palmares

Dando uma olhada nos blogs amigos encontrei no capoeira de vênus uma postagem que achei muito legal e me deixou muito feliz. A postagem falava sobre um parque memorial que fica dentro do nosso lendário Quilombo dos Palmares, lugar onde muitos acreditam que nasceu a capoeira.
Fiquei muito empolgado em ver que nossas origens e os ícones que nos trazem orgulho e nos dão força estão sendo cultivados e noss@s ancestrais cultuad@s.
O Parque memorial possui um site para quem deseja ter mais informações: Parque Memorial do Quilombo dos Palmares.
Nem sei direito o que falar sobre o parque até por que fui pego meio de surpresa com essa notícia e ainda estou curtindo o site e viajando nas possibilidades e na vontade irresistível de ir visitar a Serra da Barriga. Então aconselho a quem queira mais informações, entrar no site do Parque e dar uma lida na postagem do blog da capoeira de vênus que ficou muito bem feito e com muitas informações importantes.

valeu

muito axé a tod@s!!!!

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Festa Junina na Casa da Capoeira

"Confessei-me a Santo Antônio,
confessei que estava amando.

Ele deu-me por penitência

que fosse continuando."


Essa sexta-feira, dia11 de junho, a partir das sete da noite, teremos uma Festa Junina na Casa da Capoeira.
Uma homenagem à noss@s Mestres e Mestras. Aquel@s que nos guiam no caminho da capoeira e nos fortalecem para continuar noss@s jogos e nossas mandingas nas rodas da vida.
A festa terá rodas de Capoeira Angola e Regional, fogueira, canjica, pipoca, doces e comidas típicas.
O Mestrando Mancha e seus/suas alun@s convidam tod@s a festejar junto com nossa grande família da Capoeira Sol Nascente.


A entrada é de cinco reais com direito a um copo de refrigerante, um cachorro-quente e um saco de pipoca.

O endereço da festa é:

QNN29 AREA ESPECIAL MODULO B1 AO LADO DA FACULDADE UNISABER ATRAZ DA IGREJA UNIVERSAL CEILÂNDIA NORTE




Para entrar já no ritmo de São João um vídeo do Velho Luiz Gonzaga, saudoso Lua:



A festa conta com o apoio para a organização do Grupo de Capoeira Sol Nascente e do Instituto Mãe África

sábado, 6 de junho de 2009

PREMIADO NO I FESTIVAL DE FILMES ETNOGRÁFICO DE RECIFE


A CAPOEIRAGEM DE UM MESTRE E O SEU BANDO ANUNCIADOR recebe a "Mensão honrosa" no I Festival de Filmes Etnográficos de Recife.
O júri decidiu conceder uma menção honrosa a este filme, pela sua radicalidade em mostrar uma tradição, a capoeira, uma manifestação cultural em processo de transformação e reinvenção, sendo o próprio personagem principal o seu agente transformador. Para contar essa história o filme emprega diversos registros, como trechos de filmes de ficção, depoimentos, fotografias e reportagens, numa montagem bem elaborada e em sintonia com a música.

Postagem retira da do blog www.atelierluarasta.blogspot.com